terça-feira, 19 de agosto de 2008

CAAP comemora 100 ano de fundação

Este 2008 marca, no tempo, um século de participação ativa na luta por ideais que impulsionaram realizações e fazem do CAAP um dos mais respeitados órgãos estudantis do Brasil. Cem anos de sonhos, sacrifícios, debates, críticas e, principalmente, a luta direta e ousada por uma Universidade mais democrática e um sistema melhor para o País.


Fundado em 1908, primeiro órgão estudantil de Minas Gerais e terceiro mais antigo do País, tornou-se Centro Acadêmico em 1937 e entidade representativa discente em 1953. Desde então, participa da vida política do país, fomentando discussões socialmente relevantes e ações para além do contexto universitário.


Tanto pela criação da Divisão de Assistência Judiciária, em 1958, órgão esse que cumpri a função pública da universidade e presta assistência jurídica à população de baixa renda, quanto pelas mobilizações em campanhas como pela criação da Petrobrás, pela Anistia, pelas Diretas Já e a participação decisiva na greve dos 1/3, o CAAP sempre teve como um de seus fundamentos a tradição de reivindicação, de questionamento pela promoção de uma melhor ordem social. Esta característica evidencia-se das mais contundentes intervenções no período de ditadura militar e Impeachment de Collor à promoção do debate na concretização do primeiro Encontro Nacional dos Estudantes de Direito, em Belo Horizonte, no ano de 1979, mesmo ano em que vanguardeou em Minas a criação da UNE, e o máximo empenho, em 1996, na criação da Federação Nacional dos Estudantes de Direito.


Pelo CAAP passaram estudantes ilustres como os ministros do STF Eros Grau, Sepúlveda Pertence e Francisco Resek, o ministro e ex-prefeito Patrus Ananias, o atual vice-governador Antônio Augusto Anastasia, dentre outros, desembargadores, deputados, vereadores e grandes juristas. Mas nenhuma mais ilustre e exemplar do que José Carlos Novaes da Mata Machado, dirigente da Ação Popular Marxista Leninista, presidente do CAAP em 67 e Vice Presidente da UNE, cassado do direito de estudar e covardemente assassinado pela Ditadura por lutar por um Brasil de povo Soberano.


Em memória do sangue derramado por Zé, dos vários sonhos e manifestações por um mundo melhor e uma educação mais pública em sua essência o Centro Acadêmico Afonso Pena não deixará a bandeira da Liberdade cair por um só segundo e ruma pra mais um centenário de lutas, conquistas e a esperança de ajudar a construir a nova sociedade!




Matheus Malta - Diretor Políicas Educacionais UEE-MG

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