domingo, 29 de março de 2009

Estudantes da UFRPE na luta




Os estudantes da UAST, Unidade Acadêmica de Serra Talhada da Universidade Federal Rural de Pernambuco, sofrem há bastante tempo com a falta de transporte de qualidade, que leve os estudantes da cidade até a universidade, já que o campus fica fora da área urbana de Serra Talhada.

Todos os dias os estudantes têm que pegar uma estrada de terra por quilômetros, para poder assistir suas aulas. A viagem no “poeirão” (apelido carinhoso que os estudantes deram ao ônibus), é feita num ônibus velho, que recorrentemente quebra e sempre se encontra lotado e sem condições de uso. A licitação sobre a construção da estrada ligando a cidade a UFRPE se arrasta há mais de ano, e enquanto isso os estudantes continuavam submetidos a essa dura realidade.


Porém, com o início do ano letivo as coisas começaram a mudar. Graças ao trabalho de construção do movimento estuantil na cidade que resultou numa maior participação e mobilização dos estudantes e em sua própria organização, com a criação dos CA´s e de uma presença ativa do DCE-UFRPE nas necessidades estudantis, o movimento passou a ter força em Serra Talhada.


Fruto disso, no dia 12 de março de 2009 os estudantes decidiram dar um basta nesse absurdo. Após uma grande mobilização no campus, o DCE-UFRPE organizou um ato na ocasião da visita do Governador Eduardo Campos à cidade. Com muita disposição e combatividade, mais de 400 estudantes em praça pública cobraram do governador uma providência em relação ao problema da estrada e do transporte.


Em público, o governador se viu obrigado a convocar para a semana seguinte uma reunião com o governo para definir essa questão. E assim foi feito, os estudantes conquistaram essa audiência e NO OUTRO DIA A LICITAÇÃO SAIU NO DIÁRIO OFICIAL!

O DCE-UFRPE, gestão RECONSTRUÇÃO, e os estudantes da UAST mostraram qual é o caminho para os estudantes conquistarem seus direitos: o da MOBILIZAÇÃO! e com certeza essa luta não vai parar, garantindo melhorias nas condições de ensino para os estudantes de toda UFRPE.



Yuri Pires e Clóvis Nascimento


Diretores do DCE-UFRPE




segunda-feira, 23 de março de 2009

Residentes realizam ocupação da Reitoria da Universidade Estadual da Paraíba


Os estudantes da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, deram mais uma prova de sua disposição à luta. Cansados dos problemas vividos na residência universitária, realizaram uma vitoriosa ocupação da Reitoria da UEPB.

Abaixo seguem algumas fotos e a moção aprovada na última reunião da diretoria da UNE, apresentada pelo DCE-UEPB e com o Diretor de Assistência Estudantil da UNE, Rafael Pires.

















Moção de apoio a luta dos residentes da UEPB
Os estudantes residentes do campus de Campina Grande, da Universidade Estadual da Paraíba diante das dificuldades vividas no último período, em especial no Carnaval com precariedade até com a alimentação oferecida pela Instituição, e da decisão de expulsão de 20 residentes, realizaram na última quinta-feira (05/03) uma ocupação da reitoria da UEPB exigindo a regularização no fornecimento da alimentação, cancelamento da expulsão dos 20 residentes e discussão no conselho universitário do regimento da residência.

A audiência com a reitoria garantiu a vitória frente as bandeiras do movimento e reforçam a luta dos estudantes da UEPB por uma assistência estudantil que garanta condições dignas a todos.

A diretoria da UNE se coloca ao lado dos estudantes da UEPB e registra seu apoio a luta





segunda-feira, 2 de março de 2009

CONEG da UNE ocorrerá em março


Dias 21 e 22 de março, será realizado o Conselho Nacional de Entidades Gerais – CONEG, da União Nacional dos Estudantes. O local será definido na próxima reunião da executiva da entidade, dia 07 de março, e está entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

O CONEG é o fórum de deliberações da UNE que envolve os DCE´s e as Executivas e Federações de Curso. Nesse CONEG será convocado o próximo Congresso da UNE, as formas de eleição dos delegados, e claro debater as pautas de mobilização do movimento estudantil, a partir da jornada de lutas convocada para a semana de 23 a 27 de março com eixo na defesa do direito a meia-entrada que vem sendo atacado ano e ano, e que no final do ano passado ganhou um projeto de lei que visa limitar o benefício a 40% dos ingressos de cada evento.

É decisiva a participação de cada entidade, para dessa forma atuar mais intensamente nos rumos da União Nacional dos Estudantes. A ata para eleição de delegado já se encontra disponível no endereço www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2008/img/ata_coneg_2009_ok_pdf.pdf e o credenciamento ocorrerá nos dias do CONEG, não havendo credenciamento prévio.

Vamos organizar a bancada ao CONEG e dar a largada ao Congresso da UNE!



Início do semestre, início das mobilizações e lutas


Iniciado o ano, as faculdades e universidades de todo o país dão início ao calendário letivo. Nas instituições federais esse é um ano chave, pois a partir da adoção do REUNI, se inicia o aumento no número de estudantes e aumenta a responsabilidade do movimento estudantil para colocar os novos alunos em movimento, em especial, por conta do corte no orçamento da educação e uma ameaça de contingenciamento dos já insuficientes recursos para a expansão universitária.

Nas instituições privadas, a política de lucro acima da educação impõe aos estudantes de todo o país aumento em suas mensalidades. Em média, um aumento superior aos 10% foi praticado nesse início do semestre nessas instituições, o que aumentará a inadimplência e dificultará aos estudantes a continuidade de seus cursos.

Como vemos, esse é um período muito propício para a divulgação e a mobilização dos estudantes com o movimento estudantil. Essa oportunidade precisa ser abraçada em todas as universidades, e a melhor forma é promovendo debates, discussões relativas a recepção dos calouros, feras e bichos (de acordo com o local do país....) e as calouradas que são uma grande oportunidade de mobilizar os estudantes nesse início de semestre.

A Tese REBELE-SE através das entidades de base que compõem seu trabalho participará e promoverá essas ações, e publicaremos aqui no blog as ações para que todas possamos estar atentos a essa mobilização.

Envie você também as notícias e ações de recepção desse período em sua faculdade ou universidade ao blog e vamos contribuir com a organização do movimento estudantil em todo o país.


Pernambuco sediará II SNUB


Depois de quase cinqüenta anos dos Seminários Nacionais sobre a reforma universitária organizados pela UNE, a educação superior brasileira continua sendo vítima de uma série de problemas, como o acesso a universidade pública, o financiamento da educação, em que ainda temos apenas 4% do PIB investido na educação, e a questão da democracia interna, garantindo paridade nos conselhos de administração da universidade, entre outras questões.

Em 2006, estudantes de várias universidades do país, públicas e pagas, se reuniram por quatro dias na UFCG, em Campina Grande-PB, no I Seminário Nacional Universidade Brasileira, discutindo intensamente os problemas que hoje afetam a educação superior brasileira e a atuação do movimento estudantil frente a essa realidade que se apresenta.

Nesse momento, em que o mundo vive uma crise como há tempos não se via, com queda na produção industrial, demissões que só no Brasil já ultrapassam os 650 mil trabalhadores, bancos tendo bilhões em prejuízos e grandes monopólios desaparecendo, precisamos reforçar o debate sobre qual o papel da universidade e dos profissionais que ela forma.

Os efeitos da crise começam a ser danosos para vários setores sociais, como a educação que sofreu corte em seu orçamento para 2009, enquanto que o governo destinou R$ 4 bilhões para as montadoras de automóveis e mais outros tantos para os bancos, na tentativa de “salvar o país da crise”, crise essa causada exatamente pelas grandes empresas e bancos com sua busca sem limites pelo lucro. Resultado: a continuidade da falta de verbas na universidade pública, o corte nas bolsas se tornando comum em várias instituições, a falta de professores e a total ausência de uma política de assistência estudantil que atenda as necessidades dos estudantes brasileiros.

Assim, no XII Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) da União Nacional dos Estudantes (UNE), que ocorreu em Salvador entre os dias 17 e 20 de janeiro de 2009, DCE’s, DA’s de todo o país e diretores da UNE, se reuniram e decidiram dar continuidade a esse debate, realizando o II Seminário Nacional Universidade Brasileira, no estado de Pernambuco, entre os dias 10 e 12 de abril de 2009. Com o tema “A História e a luta do movimento estudantil na construção da universidade ontem e hoje” o DCE-UFRPE e os diretores da UNE da Tese REBELE-SE, pretendem debater a universidade brasileira e apontar os caminhos para as lutas que se aproximam.

Yuri Pires Rodrigues
Coordenador Geral do DCE-UFRPE



CONEB UNE


Nos dias 17, 18 e 19 de janeiro, em Salvador, realizou-se o 12º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da UNE. Esse evento tinha como objetivo de elaborar, em conjunto com CAs e DAs de todo o país, uma proposta de Reforma Universitária que relfeti-se sobre a Universidade brasileira e fizesse avançar o ensino superior.

A última vez que a União Nacional dos Estudantes havia tomado tal iniciativa fora durante os três Seminários Nacionais de Reforma Universitária promovidos entre 1961 e 1963, que elaboraram as famosas Carta da Bahia e Carta do Paraná, e que apresentaram de forma bastante profunda uma análise da situação econômica do Brasil, da educação básica e superior e apresentaram a principal bandeira de luta da entidade: o fim do vestibular e a universalização do acesso à universidade.

A preparação desse documento foi a principal tarefa apontada no último Congresso da UNE, em julho de 2007, para a diretoria eleita naquele momento. No entanto, a atual diretoria majoritária da UNE desperdiçou uma excelente oportunidade de retomar o caminho da luta e das formulações e bandeiras históricas da entidade, sendo incapaz de construir um projeto desvinculado da defesa de programas do governo que caminham claramente na contramão do fortalecimento do ensino público.

Prova disso, é que o documento construído consensualmente entre a diretoria da entidade e os DCE´s de todo o país, que participaram do Conselho Nacional de Entidades Gerais em 2008, apontando para um projeto estratégico para a construção de uma universidade popular envolvida com os problemas sociais brasileiros, de forma a servir como marco para a luta estudantil nas universidades de todo o país, e que defendia abertamente o livre acesso do povo à universidade, foi abandonado pela diretoria majoritária da UNE para um documento que tenta, inutilmente, dizer que vivemos uma mudança na política de acesso graças ao PROUNI (programa de bolsas em universidades privadas) e a UAB (ensino à distância nas universidades públicas).

Num CONEB marcado pela pequena quantidade de debates e pelo predomínio do modelo de conferências em que os palestrantes apresentam as mesmas opiniões de defesa do modelo de educação vigente e dos projetos do governo e não há possibilidade de intervenções do plenário para sugerir ou expor opiniões contrárias, as discussões ficaram restritas e sem conseguir envolver as entidades de base presentes num debate franco sobre os rumos da educação brasiliera, o que com certeza se refletirá tornando esse documento aprovado em “letra morta” por não contar com o real apoio do movimento estudantil.

Sem contar que para realizar o 12º Coneb e a 6ª Bienal de Arte e Cultura, a UNE recebeu cerca de R$ 2 milhões de praticamente todos os ministérios, grandes empresas e bancos estatais, além do governo federal e estadual. Contudo, os estudantes contaram com uma péssima estrutura, que dificultou bastante a participação plena dos delegados nas atividades. Condições básicas de higiene como bacias sanitárias foram negadas. Os banheiros não foram limpos durante as duas semanas do Coneb e da Bienal. Na alimentação, o café da manhã saia às 10h e no almoço os estudantes chegaram a esperar até quatro horas na fila.

Defender uma reforma que transforme a universidade

Coube, assim, à União da Juventude Rebelião (UJR) e a Tese REBELE-SE fazer um resgate da história de lutas da entidade e de suas formulações para a educação. Destaque para a bandeira do livre acesso à universidade, da necessidade de uma política e de uma rubrica específica para a assistência estudantil, da mudança de currículos com uma visão dos problemas sociais que o país enfrenta, e da importância da democratização interna das instituições (eleição paritária para reitor e composição paritária nos órgãos colegiados).

Dessa forma, através das denúncias apresentadas durante todo o CONEB, em especial do abandono das referências históricas do movimento estudantil que vive a atual diretoria majoritária da entidade, foi possível envolver diversas teses em torno de um projeto de educação que, de fato, possa transformar a universidade brasileira.

Com defesas que refletiram essa necessidade, eivdenciou-se os dois campos construídos hoje dentro da entidade e do movimento estudantil. De um lado aqueles que preferem abraçar as bandeiras e defesas do governo para dentro da entidade, e de outro uma crescente participação que visa retomar a UNE para o lado dos estudantes e em defesa de uma reforma universitária popular, que abra as portas da universidade para o povo.

Preparação para o 51º Congresso da UNE

Passados mais de 40 anos dos seminários de educação da UNE, o 12º Coneb mostrou o quanto é preciso retomar as formulações históricas do livre acesso à universidade e defender uma reforma que transforme as bases da universidade brasileira. Cada vez mais estudantes se levantam por transformações na educação e na política de nosso país e enxergam nas propostas do governo Lula um claro ataque ao ensino público com incentivos aos tubarões de ensino.

A juventude brasileira quer transformações profundas no sistema de educação brasileiro. O Coneb deixou clara também a necessidade de transformação da própria diretoria da União Nacional dos Estudantes, de forma que ela reflita de fato as lutas da juventude e faça da UNE novamente uma entidade rebelde e combativa.

Esse é o momento que vivemos hoje, o de construir uma representativa e politizada bancada ao Congresso da UNE, como forma de apresentar claramente ao movimento estudantil brasileiro uma alternativa para a entidade e uma nova direção que reflita as lutas e o fortalecimento que o movimento estudantil tem tido nesse último período.

Vamos juntos! REBELE-SE em defesa da educação e por uma nova UNE!