domingo, 21 de junho de 2009

UJR lança avaliação sobre novo ENEM


Diante das diversas discussões lançadas a partir da criação do Novo ENEM por parte do MEC, a União da Juventude Rebelião - UJR lança sua avaliação sobre o quadro da educação brasileira e reafirma seu compromisso com a luta pelo Live Acesso à Universidade.


PELO LIVRE ACESSO À UNIVERSIDADE


“....Privatizaram o conhecimento
que só a humanidade pertence...”
Bertold Bretch


O quadro de exclusão que vive o ensino superior no país é alarmante. De acordo com o próprio Ministério da Educação, apenas 13% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso ao ensino superior (menor índice de toda a América Latina) e o setor privado corresponde a 88% das vagas ofertadas a cada ano, numa prova de que os interesses dos capitalistas é que comandam a política educacional brasileira.

Por sua vez, a cada ano o vestibular prova que não é capaz de comprovar o conhecimento de ninguém, e que funciona como uma verdadeira mina de ouro. Ao seu redor se construiu uma milionária rede de cursinhos e colégios particulares, além de o exame ser realizado por fundações privadas que mantém verdadeiras caixas-pretas com relação aos recursos gerados nas inscrições dos vestibulares e sua utilização. A Fuvest, fundação responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP) recebeu em 2007 a cifra de R$ 11,5 milhões com as inscrições do vestibular. Sem dúvida um bom empreendimento.

Essa realidade coloca milhões de jovens fora das Universidades, e os impede de ter acesso ao conhecimento, reafirmando o controle das elites sobre a produção científica e o desenvolvimento intelectual da sociedade, seja por não terem condições econômicas de se adestrar em um cursinho ou pagar as taxas de inscrição, seja pela completa falta de perspectiva de ingressarem em uma instituição pública. As universidades particulares que gozam da ausência de regulamentação em nosso país, aproveitam-se da pouca oferta de ensino público para aumentarem seus lucros.

Nesse contexto, a luta pelo livre acesso do povo à universidade e o fim do vestibular tem ganho força nos últimos anos e conquistado o apoio de milhares de estudantes. As várias jornadas, debates e mobilizações contribuíram decididamente para aumentar o descrédito com o vestibular e defender o direito do povo de acesso ao conhecimento.

Tentando dar resposta a essa realidade, o MEC enviou para as reitorias de todas as Universidades Federais uma proposta de mudança no vestibular no último mês de abril. Pela proposta, o vestibular será substituído por um novo Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, com o objetivo de criar um sistema integrado de avaliação organizado pelo MEC. Após alguma resistência, como o da possibilidade de organizar segundas etapas em cada instituição, as federais anunciaram a adesão à proposta.

O governo e boa parte da imprensa têm propagandeado que essa medida representa o “fim do vestibular”. Nada mais falso! Essa proposta em nada modifica o caráter excludente do acesso à Universidade, pois mantém o mesmo número de vagas das universidades públicas, haja vista que o problema principal colocado para os estudantes não é o da prova, e sim o da possibilidade de ingressar na Universidade.

Enquanto isso, o governo tem desviado verbas que deveriam ser destinada a ampliação de vagas nas instituições públicas para as universidades privadas, principalmente através do Programa Universidade Para Todos – Prouni e do Financiamento Estudantil – FIES, que, juntos, injetam anualmente mais de R$ 3 bilhões de reais nos cofres das universidades pagas, além é claro da dívida pública que consome 46,5% dos gastos federais contra 2,6% dedicados a Educação.

A luta histórica do movimento estudantil sempre apresentou a bandeira do Livre Acesso à Universidade e para tanto precisamos garantir uma efetiva ampliação de vagas e dos investimentos nas instituições públicas de ensino superior, garantindo vagas para todos na educação pública.

A verdade é que o acesso ao ensino superior é um direito e o Brasil que produz tantas riquezas pode e deve garanti-lo a todos os jovens. Na América Latina, países que têm um Produto Interno Bruto - PIB dezenas de vezes menor que o brasileiro já ofertam o livre acesso ao ensino superior, como a Bolívia, Cuba e a Argentina.

Precisamos romper com a apropriação capitalista da educação, que nos impede de superar o subdesenvolvimento, a pobreza e a dependência econômica que nosso país vive há mais de 500 anos. A formação de um novo projeto de nação passa também pela formação de quadros técnicos (engenheiros, professores, cientistas, etc...) capazes de pensar e produzir ciência de acordo com os interesses do povo e não das empresas capitalistas como vemos hoje.

Para tanto, a União da Juventude Rebelião – UJR reafirma o seu compromisso pelo Livre Acesso à Universidade e convoca a juventude brasileira a transformar esse momento de discussões do novo ENEM num debate sobre a exclusão do acesso ao ensino superior. A proposta do MEC não respeita os anseios estudantis e precisamos de uma vez por todas ocupar às ruas do país para exigir o fim do vestibular e o direito ao Livre Acesso à Universidade.

Apresentamos alguns eixos para o fortalecimento dessa luta e a ampliação dessas mobilizações:

1 – Ampliação imediata do orçamento da educação. Pela garantia do investimento de 10% do PIB na educação;

2 – Criar uma política de expansão das universidades públicas, em especial as federais, que permita num período máximo de 5 anos absorver os estudantes que terminam o ensino médio e que ficam de fora das universidades, valendo-se da criação de cursos noturnos e da interiorização universitária;

3 – Estatizar ou federalizar as instituições privadas em crise, permitindo o aproveitamento de suas estruturas para a ampliação de vagas na educação pública;

4 – Realização de concursos públicos que garantam professores e técnico-administrativos suficientes para fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão universitária;

5 – Fim do vestibular e adoção de métodos de avaliação que constatem critérios mínimos de aprendizagem, garantindo vagas a todos que comprovarem essa aptidão.

É com a certeza da disposição e da capacidade de luta da juventude brasileira, e com a certeza na conquista do Livre Acesso à Universidade a partir de nossa luta coletiva que a UJR convoca a todos a se somar nessa luta.

União da Juventude Rebelião
Junho de 2009


quarta-feira, 17 de junho de 2009

REBELE-SE elege maioria de delegados em 7 federais

A disputa de delegados ao Congresso da UNE está chegando em sua reta final. Faltando apenas alguns dias, um importante balanço já pode ser feito na eleição de delegados das principais instituições federais em que atuamos e fazemos disputa na base do movimento.

Ao todo foram 7 Universidades Federais em que chapas que defendem a Tese REBELE-SE na UNE se saiu vitoriosa, o que representa mais de 70 delegados em universidades federais. Conseguimos confirmar nossa força na UFABC, UFCG e UFAL, vencendo as eleições e conquistando a imensa maioria dos delegados nessas instituições, elegendo três, onze e dezesseis delegados, respectivamente. Na UFABC, e nos campi de Maceió e Campina Grande as eleições ocorreram em chapa única, mostrando o acumulo de trabalho que temos tido nesses locais.

Mesmo com a tentativa de golpe para as eleições na UFRPE, o Conselho de Entidades de Base e a reunião da diretoria do DCE-UFRPE asseguraram a normalidade do processo e a maioria dos delegados nos três campi.

Na UFRJ, numa disputa bastante acirrada, e marcada pelo desgaste daqueles que defendem a divisão no movimento estudantil, fomos a tese que mais conquistou delegados, oito ao total.

Para completar, na UFPE e na UFMG nos saímos vitoriosos numa grande disputa contra o governismo no movimento estudantil. Em Recife, mesmo com um calendário apertado, com muita proximidade do Congresso da UEP, a vitoria demonstrou a força do trabalho da Correnteza na instituição e reafirmou nossa influência e respaldo junto aos estudantes.

Já em Belo Horizonte, mesmo com a aliança entre todos os setores governistas, unindo todo o PT e a UJS, e com o adiamento por duas vezes do processo eleitoral pela confusa gestão do DCE-UFMG conseguimos uma importante vitória e afirmando a grande bancada de Minas Gerais que teremos no Congresso da UNE.

De acordo com Matheus Malta, Diretor de Políticas Educacionais da UEE-MG, e delegado eleito ao Congresso pela UFMG, "Essa vitória mostrou o acerto das lutas pela assistência estudantil e em defesa da organização dos estudantes. Conseguimos mobilizar uma combativa bancada ao último CONEB da UNE, e com certeza teremos uma presença marcante nos congressos da UEE e da UNE nessas próximas semanas. Esse resultado que tivemos na UFMG servirá para colocarmos ainda mais fôlego em nossa luta para construir um novo DCE-UFMG."


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Chapa CORRENTEZA vence eleições na UFAL

As eleições de delegados da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em seu principal campus, Maceió, ocorreram nos últimos dias 1 e 2 de junho. Após inúmeras passagens em sala, distribuição da carta-programa e de uma vitoriosa campanha que contou até com um lançamento público durante a realização do UFA (Universidade Fazendo Arte), os estudantes participaram ativamente das eleições.


Mesmo sendo uma única chapa (UJS - PT não se inscreveram para a disputa) mais de 1.400 estudantes participaram das eleições, o que serviu também para desmascarar a tentativa do DCE-UFAL de "boicotar a UNE e construi o CNE".
"Nessa eleição mostramos que os estudantes tem sim referência na UNE, e que principalmente estão dispostos a mudar a sua realidade de apatia e pouca mobilização. A oposição da UNE através da Tese REBELE-SE ganhou força e com certeza levaremos uma grande e combativa bancada da UFAL e de todo o estado de Alagoas." declarou Ésio Melo, estudante de Comunicação e coordenador da chapa na UFAL.
A terra de Zumbi e Manoel Lisboa está se preparando para levar uma grande bancada ao congresso, e convocou para o próximo dia 18 uma plenária que vai relembrar a história da UNE e do movimento estudantil para embalar a bancada nessa reta final ao Congresso.