terça-feira, 19 de agosto de 2008

CA UFABC entrega carta de reivindicações ao Presidente Lula


Os estudantes do Centro Acadêmico da Universidade Federal do ABC (UFABC), juntamente com a diretora de Universidades Públicas da UNE, Fernanda Toscano, entregaram no dia 29 de agosto, uma carta ao presidente Lula com uma série de reivindicações. O documento pede, entre outras coisas, a antecipação das obras do Bandejão, a inclusão da moradia estudantil no projeto da UFABC, o aumento das verbas destinadas à assistência estudantil e uma política de segurança ao redor do Campus.


A entrega aconteceu durante a inauguração de um dos blocos da Universidade, localizada na cidade de Santo André, em São Paulo e que atualmente tem seu campus em construção. Estavam presentes na cerimônia o presidente Lula, o ministro da Educação, Fernando Haddad e o reitor da UFABC, Adalberto Fazzio, que junto com o presidente, assumiram o compromisso público de antecipar as obras do Bandejão e garantir o restante das solicitações.


A carta também defende o caráter público da universidade, diante da tentativa de privatização pela qual a UFABC passou no início do ano, com a aprovação de seu estatuto e da mudança no seu atual processo de jubilamento.


"Saímos vitoriosos na luta em defesa dos direitos dos estudantes, o Centro Acadêmico da UFABC agora parte para uma grande jornada de lutas na universidade, para que as promessas feitas sejam realmente postas em prática", declarou a diretora de Universidades Públicas da UNE.


Leia a carta na íntegra


Santo André, 29 de Agosto de 2008


Excelentíssimo Presidente,


A implantação da Universidade Federal do ABC é uma vitória para todos os que desejam o acesso pleno ao ensino superior público, gratuito e de qualidade socialmente referenciada no Brasil. A decisão política de criação desta Universidade é fruto da luta de anos dos movimentos sociais e do povo do ABC e um avanço na atual política educacional. A existência de uma universidade desse porte, em uma região de importância crucial para o estado e para o país é um fator indispensável para o desenvolvimento e a soberania da nossa nação.



Acreditamos que tais êxitos não podem sofrer retrocessos. Por isso temos visto com preocupação o processo de modificação do atual estatuto da UFABC. A apresentação no Conselho Universitário de uma proposta que modifica o artigo 1º do estatuto da UFABC, transformando-a em uma fundação de direito privado, é uma ameaça direta ao caráter público da nossa instituição e coloca em risco essa conquista tão importante. Dessa maneira, faz-se necessário reafirmar publicamente o caráter irrevogavelmente público e gratuito da UFABC.



Ao lado disso pensamos que é fundamental a aplicação de uma política de assistência estudantil que garanta condições de permanência para todos os estudantes em nossa universidade. Estudamos em um curso que exige uma dedicação integral em conjunto com uma experiência nova de metodologia, projeto pedagógico e currículo que ainda estãp sendo experimentadas, convivemos com critérios de jubilamento que são inéditos nas universidades públicas brasileiras. Por tudo isso se torna fundamental garantir:



Prioridade imediata nas obras do Restaurante Universitário;

Inclusão da Moradia Estudantil no projeto da UFABC;

Aumento das verbas para Assistência Estudantil;

Política de Segurança ao redor do Campus;

Temos certeza que essas medidas fortalecerão o ensino público superior brasileiro, ajudando a resgatar a dívida histórica que o Brasil tem com a educação.





CENTRO ACADÊMICO DA UFABC

EIJAA marca a luta da juventude contra o imperialismo e pela construção do socialismo


Com muitos debates e combatividade realizou-se entre os dias 26 de julho e 3 de agosto a 21ª edição do Encontro Internacional da Juventude Antifascista e Antiimperialista (EIJAA). Realizado pela primeira vez no Brasil, o EIJAA contou com cerca de 500 participantes de nove países. Enviaram delegações ao evento Brasil, República Dominicana, Equador, Venezuela, Espanha, França, Dinamarca e Turquia. O evento teve lugar na Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.


A situação da América Latina e os governos populares, a luta da juventude contra a União Européia, a resistência do povo do Oriente Médio foram alguns dos painéis que fizeram parte da programação do evento. As oficinas tiveram temas diversos como: cultura, transporte, moradia, a situação da mulher e os 91 anos da revolução russa e suas contribuições para o mundo. Atividades culturais fechavam as atividades de cada dia. Um ato político pela abertura dos arquivos das ditaduras e uma manifestação nas ruas do centro do Rio de Janeiro contra a intervenção dos EUA na América Latina marcaram a edição brasileira do encontro.


Durante a plenária final foi exibido um documentário com fotos dos melhores do 21º EIJAA. Os participantes aprovaram a Declaração Final elaborada pelo Comitê Preparatório Internacional, que sintetizou os debates e fez uma análise da situação da luta da juventude no mundo, seus desafios e conquistas. Por fim, foi escolhida a Turquia como novo país-sede para a realização do 22º EIJAA, em 2010.




Natália Alves - Dir. Relações Internacionais da UNE

CAAP comemora 100 ano de fundação

Este 2008 marca, no tempo, um século de participação ativa na luta por ideais que impulsionaram realizações e fazem do CAAP um dos mais respeitados órgãos estudantis do Brasil. Cem anos de sonhos, sacrifícios, debates, críticas e, principalmente, a luta direta e ousada por uma Universidade mais democrática e um sistema melhor para o País.


Fundado em 1908, primeiro órgão estudantil de Minas Gerais e terceiro mais antigo do País, tornou-se Centro Acadêmico em 1937 e entidade representativa discente em 1953. Desde então, participa da vida política do país, fomentando discussões socialmente relevantes e ações para além do contexto universitário.


Tanto pela criação da Divisão de Assistência Judiciária, em 1958, órgão esse que cumpri a função pública da universidade e presta assistência jurídica à população de baixa renda, quanto pelas mobilizações em campanhas como pela criação da Petrobrás, pela Anistia, pelas Diretas Já e a participação decisiva na greve dos 1/3, o CAAP sempre teve como um de seus fundamentos a tradição de reivindicação, de questionamento pela promoção de uma melhor ordem social. Esta característica evidencia-se das mais contundentes intervenções no período de ditadura militar e Impeachment de Collor à promoção do debate na concretização do primeiro Encontro Nacional dos Estudantes de Direito, em Belo Horizonte, no ano de 1979, mesmo ano em que vanguardeou em Minas a criação da UNE, e o máximo empenho, em 1996, na criação da Federação Nacional dos Estudantes de Direito.


Pelo CAAP passaram estudantes ilustres como os ministros do STF Eros Grau, Sepúlveda Pertence e Francisco Resek, o ministro e ex-prefeito Patrus Ananias, o atual vice-governador Antônio Augusto Anastasia, dentre outros, desembargadores, deputados, vereadores e grandes juristas. Mas nenhuma mais ilustre e exemplar do que José Carlos Novaes da Mata Machado, dirigente da Ação Popular Marxista Leninista, presidente do CAAP em 67 e Vice Presidente da UNE, cassado do direito de estudar e covardemente assassinado pela Ditadura por lutar por um Brasil de povo Soberano.


Em memória do sangue derramado por Zé, dos vários sonhos e manifestações por um mundo melhor e uma educação mais pública em sua essência o Centro Acadêmico Afonso Pena não deixará a bandeira da Liberdade cair por um só segundo e ruma pra mais um centenário de lutas, conquistas e a esperança de ajudar a construir a nova sociedade!




Matheus Malta - Diretor Políicas Educacionais UEE-MG

0s 90 anos de Córdoba

O Ano de 1918 ficou marcado na História do povo argentino. Na cidade de Córdoba, durante o governo do presidente Hipólito Yrigoyen, os estudantes se rebelaram contra o autoritarismo existente em grande parte das universidades. A bomba estourou no final de 1917, quando o reitor mandou acabar com o internato no Hospital das Clínicas.Os estudantes de medicina, direito e engenharia se juntaram, se mobilizaram, reclamaram, pediram coisas, não foram atendidos e em Março declararam greve geral dos universitários. Em abril, a universidade foi fechada.


O movimento reivindicava uma maior participação nos órgãos de decisão da universidade, que , até então, eram feudos dos professores-sacerdotes, considerados como semi-deuses na universidade.Não muito diferente de hoje !


O comitê estudantil da Universidade de Córdoba tomou a universidade, assumiu interinamente sua direção e declarou que ela estava fechada indefinidamente. A elite reacionária cordobesa reagiu com grande repressão policial. No entanto, o movimento era muito forte e organizado, pautava suas idéias a partir dos exemplos revolucionários vindos da revolução russa, em especial, dos grandes líderes Lênin e Stálin.O presidente Hipóito aceitou a demissão do reitor e do resto dos professores anti-modernidade, reabriu o Hospital das Clínicas, marcou novas eleições, incluiu na direção da universidade os estudantes, inclusive a própria reitoria. Esses exemplos de luta se repetiram no Perú, Chile, Colômbia, Cuba, Paraguai e em todo o continente nos anos seguintes.


Passados 90 anos da rebelião em Córdoba, cabe a nòs, estudantes, mudarmos a realidade da universidade brasileira, totalmente atrelada ao capital privado, entupida de fundações privadas e bem distante da miséria, do desemprego e da fome que atormenta nosso povo.




Michell Platini é diretor do DCE-UECE