O Ano de 1918 ficou marcado na História do povo argentino. Na cidade de Córdoba, durante o governo do presidente Hipólito Yrigoyen, os estudantes se rebelaram contra o autoritarismo existente em grande parte das universidades. A bomba estourou no final de 1917, quando o reitor mandou acabar com o internato no Hospital das Clínicas.Os estudantes de medicina, direito e engenharia se juntaram, se mobilizaram, reclamaram, pediram coisas, não foram atendidos e em Março declararam greve geral dos universitários. Em abril, a universidade foi fechada.
O movimento reivindicava uma maior participação nos órgãos de decisão da universidade, que , até então, eram feudos dos professores-sacerdotes, considerados como semi-deuses na universidade.Não muito diferente de hoje !
O comitê estudantil da Universidade de Córdoba tomou a universidade, assumiu interinamente sua direção e declarou que ela estava fechada indefinidamente. A elite reacionária cordobesa reagiu com grande repressão policial. No entanto, o movimento era muito forte e organizado, pautava suas idéias a partir dos exemplos revolucionários vindos da revolução russa, em especial, dos grandes líderes Lênin e Stálin.O presidente Hipóito aceitou a demissão do reitor e do resto dos professores anti-modernidade, reabriu o Hospital das Clínicas, marcou novas eleições, incluiu na direção da universidade os estudantes, inclusive a própria reitoria. Esses exemplos de luta se repetiram no Perú, Chile, Colômbia, Cuba, Paraguai e em todo o continente nos anos seguintes.
Passados 90 anos da rebelião em Córdoba, cabe a nòs, estudantes, mudarmos a realidade da universidade brasileira, totalmente atrelada ao capital privado, entupida de fundações privadas e bem distante da miséria, do desemprego e da fome que atormenta nosso povo.
Michell Platini é diretor do DCE-UECE
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