terça-feira, 6 de outubro de 2009

BERGSON GURJÃO, presente!

Bergson Gurjão Farias nasceu em 17 de maio de 1947, em Fortaleza, Ceará, filho de Gessiner Farias e Luiza Gurjão Farias. Estudante do Curso de Química da Universidade Federal do Ceará, militante do Partido Comunista do Brasil e Vice-Presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFC, em 1967. Foi preso no Congresso da UNE, em lbiúna, em 1968 e foi expulso da Faculdade com base no Decreto-lei 477.
Ainda em 1968, no Ceará, foi gravemente ferido à bala na cabeça quando participava de uma manifestação estudantil. Refeito dos ferimentos e sob feroz perseguição, foi para o interior, onde continuou as suas atividades políticas. Bergson foi ferido em combate em 8 de maio de 1972, na Guerrilha do Araguaia. Antes disso, ele atirou no então tenente Álvaro Pereira, que sobreviveu e hoje é general da reserva e um dos ideólogos das Forças Armadas. Após ter sido ferido, Bérgson foi brutalmente torturado e morto a pauladas e a vários furos de baionetas. Seu corpo foi levado para Xambioá, todo deformado, tendo sido dependurado em uma árvore, com a cabeça para baixo, a qual era chutada constantemente pelos pára-quedistas do Comando de Caça aos Comunistas.
Seu desaparecimento foi denunciado em juízo, em 1972 e 1973 pelo preso político Dower Moraes. Dower diz que foi preso e torturado junto com Bergson e que ele foi morto à baioneta. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos receberam no dia 06 de julho de 2009 a confirmação através de um novo exame de DNA, com resultado positivo na identificação dos restos mortais do guerrilheiro BERGSON GURJÃO, desaparecido no Araguaia em 1972.
Seu corpo foi tão esmagado e esfacelado que vários exames de DNA não conseguiram confirmar sua identificação e só com uma nova tecnologia recentemente implementada é que foi possível fazer a reconstituição e assim confirmar que era Bergson Gurjão. A Guerrilha do Araguaia, organizada por Bergson e seus companheiros, tinha como objetivo derrubar a ditadura militar e implantar o Socialismo em nosso país.
A ditadura militar, instalada no Brasil em 1964, que veio para impedir mudanças no sistema econômico, político e social que viessem a afetar os interesses dos monopólios internacionais, deixou como saldo (levantamento parcial, pois nem todos os documentos foram abertos ao público ou sequer aos pesquisadores): 50 mil pessoas presas nos primeiros meses após o golpe; 20 mil pessoas submetidas a torturas durante todo o período da ditadura: 426 mortos e “desaparecidos”, 10.034 cidadãos atingidos por inquéritos policiais-militares, dos quais 7.367 acusados formalmente; quatro condenados à pena de morte, depois comutados por banimento, 130 banidos e 4.862 mandatos cassados.
Mesmo depois de tanto sangue, de jovens como Bérgson Gurjão, ter sido derramado pra derrotar o Estado de Exceção, muitas práticas antidemocráticas e fascistas permanecem no nosso país. Nenhum governo até hoje teve a coragem de abrir os arquivos da ditadura, nem mesmo o governo atual. E compactuar com isso é manter os torturadores sem nenhuma punição, as famílias dos revolucionários sem o direito inalienável de enterrar seus filhos, por lado, os crimes das forças armadas estão sendo protegidos.
Para construirmos um Brasil realmente livre e soberano é necessário que o façamos pensando para frente e não para trás, nos baseando nos ideais socialistas destes mártires e não no conservadorismo das elites e do exército, promovendo anistia e pagando as indenizações às famílias e não protegendo assassinos. Enquanto essa política imperar em nosso país, continuará a pobreza, desemprego e com ela a violência, reina as torturas e assassinatos praticados diariamente contra presos comuns e nas favelas das grandes cidades.
Como jovens comunistas revolucionários fazemos o juramento de dar continuidade à luta de Bergson Gurjão e de tantos outros que deram o melhor de si, a sua vida, para construirmos uma sociedade onde prevaleça à justiça e igualdade social, a sociedade socialista. Junte- se nós!



UNIÃO DA JUVENTUDE REBELIÃO

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