terça-feira, 27 de outubro de 2009

IV Congresso do DCE-UEPB aprova luta por mais recursos para a UEPB


De 22 a 24 de outubro, aconteceu na cidade de Patos o 4° Congresso Interno dos Estudantes da UEPB. Organizado pelo DCE-UEPB, mais de 100 delegados discutiram nos três dias de atividades o tema “Dinheiro Público para a Universidade Pública”, além de vários outros temas como movimento estudantil, Enade, assistência estudantil, e a conjuntura no Brasil e na América Latina.
A abertura ocorreu no auditório do Fórum Miguel Sátiro e contou com a participação do prefeito de Patos Nabor Wanderley, da Secretaria de Educação do Estado da Paraíba, da Reitoria da UEPB, Associação dos Docentes da UEPB, Câmara de Vereadores do Município e da União Nacional dos Estudantes, representado por seu 1° vice-presidente, o companheiro Sandino Patriota.

No dia 23, pela manhã, os participantes debateram o financiamento do ensino superior público. Na mesa, o pró-reitor de Planejamento da UEPB, prof. Rangel Júnior, o presidente da ADUEPB, prof. Cristóvam Andrade, o presidente da ADUFCG-Patos, prof. Jacob Souto e de Sandino Patriota pela UNE. Depois da exposição, vários estudantes participaram ativamente, defendendo maior investimento no ensino público brasileiro, especialmente o apoio às instituições estaduais por parte do governo federal; o monopólio estatal das reservas do pré-sal; o fim do financiamento do ensino privado e a defesa de mais 1% da receita do estado da Paraíba para a UEPB, aumentando o aporte para 6%.

Os grupos de debate, à tarde, mostram a disposição de todos em contribuir no congresso, e forma coordenados pelos próprios estudantes. A fim dos GDs, a plenária aprovou por unanimidade a paralisação da programação, já que chegara à coordenação do Congresso a informação de que a Assembléia Legislativa da Paraíba realizava naquele momento uma sessão especial na a Câmara Municipal de Patos. Os estudantes, então, saíram em passeata para entregar aos parlamentares o documento discutido no congresso e solicitar o apoio parlamentar à proposta de acréscimo nas verbas da UEPB.

Com muita combatividade, todo o congresso percorreu as ruas de Patos com palavras-de-ordens em defesa da educação e por um movimento estudantil combativo. Ao chegar à Câmara, os estudantes foram proibidos de entrar. Por várias vezes os gritos eram ouvidos dentro da sessão especial e, após driblar a segurança do local e adentrar no plenário para apresentar a pauta de reivindicações, a comissão de estudantes foi agredida pelos seguranças da Assembléia Legislativa e expulsos do prédio, fato assistido pelo plenário lotado da Câmara e registrado pela imprensa. O fato só animou mais ainda os estudantes que aguardavam da porta da Câmara, e, logo em seguida, o presidente da sessão se viu obrigado a abrir o microfone ao DCE-UEPB. Então, Tiago Medeiros, coordenador-geral da entidade, defendeu a pauta de reivindicações dos estudantes e fez a denúncia pública das agressões sofridas.

Objetivo cumprido, todos saíram do local com o sentimento de que só com muita pressão e organização será possível conquistar mais verbas para a UEPB, bem como vencer a repressão daqueles que não toleram a rebeldia da juventude por um mundo melhor. À noite, a atividade cultural ficou por conta da apresentação da banda Biquíni Cavadão em praça pública, como parte da programação do aniversário da cidade de Patos.
Já no sábado, realizou-se o debate sobre o golpe militar em Honduras e as lutas na América Latina, contando com a participação de Rafael Freire, do PCR e do jornal A Verdade, e de Sandro Jardel, vereador do PT na cidade de Taperoá-PB. O tom da discussão foi a luta pelo socialismo no continente e a necessidade de uma maior organização popular no Brasil para tirarmos o país da lógica das privatizações e da influência dos EUA nas nossas decisões.

Após do debate, a plenária final aprovou o plano de lutas do DCE-UEPB, a criação da Diretoria de Mulheres do DCE; a incorporação imediata da representação estudantil dos novos campi já criados ou daqueles venham a ser formados na estrutura do DCE e moções de apoio ao diploma de Jornalismo e de repúdio à criminalização dos movimentos sociais.
Por fim, a plenária dedicou aquele 4º Congresso ao estudante José Anchieta, desaparecido desde 1969, após ser expulso da Furne, antiga UEPB, pelas forças de repressão da ditadura militar. Com isso, a gestão Correnteza prova mais uma vez que é com organização e espírito de luta que se faz um movimento estudantil combativo e comprometido com as transformações do nosso país.

Paulo Romero, DCE-UEPB

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